Amigos leitores, na edição passada eu falei sobre a consulta com o Dr. Paulo Cid e de sua duvida em diagnosticar a minha patologia. Nessa edição daremos continuidade a essa Trajetória de uma Luta, onde fui submetido a uma juta medica para avaliar o grau de gravidade da doença e as minhas chances de sobrevivência.
Saímos do consultório do Dr. Paulo Cid ás 16:00hs, ele tinha marcado uma junta médica para o dia seguinte no Hospital Dona Libânia, disse que queria aproveitar a presença de alguns médicos que estavam participando de um congresso em Fortaleza, para melhor avaliar o caso. Deixamos a clinica e pegamos um táxi para a casa de minha amiga Carmem, que ficava no bairro Mondubim, lá ficaríamos até a hora em que fossemos para o hospital. Nessa noite eu não consegui tomar banho, porque o contato com água na minha pele doía muito, e a essas alturas meu corpo já estava todo coberto por feridas. Quando foi então na hora de dormir, eu tentei deitar, mais as feridas estavam muito acesas, e soltavam grande quantidade de secressão, e isto me impedia de conseguir pegar no sono, primeiro porque eu sentia muita dor, e segundo porque no dia seguinte o meu destino estaria sendo definido, e a partir dali eu estaria nas mãos de Deus.
1º de Fevereiro de 2002, sexta-feira: Esse era o dia da junta médica no Hospital Dona Libânia, a consulta estava marcada para às 10:00hs, mas às 08:00hs eu já estava lá, cheguei cedo porque na vida existem coisas da qual não podemos fugir, e já que eu tinha que enfrentar tudo aquilo, então começasse logo. O Hospital Dona Libânia fica no centro de Fortaleza e é especializado em doenças de pele, é um Centro Dermatológico onde muitas pessoas fazem tratamento de pele, inclusive com cirurgias. O meu caso era diferente, até porque todos que passavam, paravam e ficavam me olhando como se eu fosse coisa do outro mundo, isso demonstrava que todos ao me verem tinham uma boa melhora com seu estado de saúde. Enquanto aguardava os médicos se reunirem, eu ficava em um local reservado observando o movimento do hospital. Percebia que os pacientes ali eram pessoas simples, até porque o hospital é público e mantido pelo Estado.
Amigos, essa junta médica foi para mim uma prova de fé e de obstinação pela vida, confesso que durante aquela uma hora que passei naquela sala, eu vi a minha vida passar toda a minha frente como se fosse um filme. Confesso que não cheguei a sentir medo, e que me senti como um objeto em exposição, cheguei até em meio a tanta dor, me sentir importante e protagonista de um ato de heroísmo. Claro que o sentimento de heroísmo era só para manter o equilíbrio e a minha auto-estima elevada, pois herói para mim, não é quem salva a própria vida, e sim a vida do próximo. Salvar a minha vida, era minha obrigação.
Na próxima edição, falarei sobre o resultado da junta médica, de como foi o início do tratamento e da fase aguda.
“É importante que nunca desistamos dos nossos sonhos, mesmo que tivermos de adiá-los por alguns anos”.
Para refletir: “Nunca reclame do que você perdeu! Agradeça sempre o que ganhou”.
Amigos contar uma história é fácil, difícil é contar esta historia sentindo a dor minuto a minuto, segundo a segundo, difícil é contar uma história com a pele toda em carne em viva, sentindo dores onde a morte se faz sempre como uma solução, por isto sinto muitos transtornos contando esta historia novamente, mesmo ela tendo sido escrita há cinco anos para o Jornal O Circular, mas é muito gostoso eu ter a chance de escrever novamente estes momentos vividos nestes dez(10) anos de luta, pois mesmo com o coração em pedaços eu agradeço muito a Deus por ter me dado mais esta oportunidade, pois muitos não tiveram esta chance. Obrigado e abraços
Nenhum comentário:
Postar um comentário